Que ele já pintou a Monalisa você já está cansado de saber, mas que ele é um baita de um inventor pode ser novidade. É sobre essa face do Leonardo Da Vinci (1453-1519)que iremos falar neste breve artigo. Ainda que muita besteira já tenha sido dita e escrita sobre ele ao longo da história, essas atribuições nada têm de exageradas – Da Vinci realmente fez por merece-las. O sujeito era brilhante em praticamente tudo aquilo que se mentia a fazer. Foi pintor, escultor, arquiteto, anatomista, engenheiro, botânico, zoólogo, geólogo, físico, poeta, músico, cozinheiro, inventor... A lista quase não tem fim, você sabia? Pois eu não, até pouco tempo só sabia metade dessas habilidades dele. Pesquisando mais sobre a sua vida conseguimos perceber que seus talentos eram tantos e tamanhos que ele transitava entre a arte e a ciência com assombrosa facilidade. Parecia, enfim, ser aquele tipo de gente que sabe tudo sobre todos os assuntos.
Não foi por acaso que o célebre historiador britânico Kenneth Clark, autor de uma das mais respeitadas biografias de Da Vinci, resolveu apelidá-lo de ´´o maior curioso da história``. É sobre essa mente renascentista e imperativa que falaremos um pouco a seguir abordando cinco de suas várias invencionices.
Léo, o Curioso
Fascinado durante toda a sua vida pela mecânica do voo dos pássaros, projetou também diferentes máquinas voadoras. Além de sonhar com a conquista do ar, imaginou meios de vencer a água – seja com um equipamento que permitisse andar sobre ela, seja com um aparelho de mergulho. Criou robôs, no melhor estilo visionário, mas também inventou coisas de uso cotidiano, como teasers e polidores de espelho. Difícil dizer até que ponto ele tinha certeza da viabilidade das suas invenções. Independente disso, pode-se cravar: todas elas geniais.
Robôs a 500 anos atrás
Muito antes dos primeiros filmes de ficção cientifica, Leonardo da Vinci já flertava com a construção de robôs. Nos projetos do mestre renascentista, eles não eram máquinas tão autônomas quanto as que hoje vemos no cinema ou mesmo no mundo real. Nem poderia ser diferente, pois não existia na época algo nem parecido com uma bateria elétrica. Os robôs de Da Vinci funcionavam como brinquedos de corda. Mas isso não equivale dizer que fossem maquinas tão simples. Ao contrário, eram incrivelmente sofisticadas.
A criatura robótica mais espetacular desenvolvida por Da Vinci, entanto, provavelmente foi chamado cavaleiro-autônomo, inventado para animar festividades na corte de Ludovico Sforza. O sistema de engrenagens, cabos e pesos dentro do boneco mecânico permiti que ele movesse os braços independentemente, levantasse o visor do elmo, ficasse em pé e se sentasse.
De acordo com o engenheiro americano Mark Rosheim, especialista em robótica, Da Vinci só conseguiu chegar a tamanha complexidade porque tinha descoberto como usar pequenas peças de madeira para programar diferentes movimentos do robô. Em outras palavras: dependendo das posições dessas peças, o cavaleiro realizava distintas sequencias de manobras. Utilizando-se da mesmíssima tecnologia, Rosheim construiu uma réplica do cavaleiro-autônomo. E ele funcionou direitinho.
Vovô dos Helicópteros
Você já deve ter lido aqui e ali que Leonardo da Vinci era vidrado no voo das aves. O renascentista queria a todo custo descobrir o segredo dos pássaros ou domar o ar , talvez por que sonhasse em ir mais alto( ou voar mais alto) do que qualquer outro homem já tinha ousado sonhar. Como era um gênio e tinha total noção da sua genialidade, achou que seria capaz de criar uma máquina voadora. E criou não apenas uma, mas diversas e totalmente distintas. Falarei aqui de uma das mais famosas.
Leonardo projetou o que pode ser considerado o primeiro helicóptero da história. A diferença é que em vez de hélices, o veículo voaria com uma espécie de espiral que, ao girar, jogaria o ar para baixo e impulsionaria o veículo voador para cima, que é o mesmo princípio de funcionamento do helicóptero.
Paraquedas
Um dos detalhes mais curiosos do projeto de paraquedas bolado por Da Vinci é que, ao menos neste caso, o inventor não estava sendo propriamente revolucionário. Um desenho semelhante já tinha sido produzido por um engenheiro anônimo de Siena uns 15 ou 20 anos antes, por volta de 1470.
Ninguém sabe se Da Vinci ouviu falar desse primeiro esboço ou não, mas o fato é que seu projeto era melhor e teria mais chances de funcionar. Uma das principais diferenças era moldura quadrada, que conferia ao aparato um formato piramidal. A estrutura seria feita de linho e teria uma abertura de aproximadamente 8x8 metros. Os desenhos indicam ainda que, da moldura até a ponta, o paraquedas também mediria cerca de 8 metros – proporções bem mais promissoras do que as apresentadas no esboço mais antigo.
Solução para epidemias
O aumento das populações urbanas favorece a disseminação de epidemias, levando Da Vinco a pensar sobre o planejamento das grandes cidades por volta de 1485.
Leonardo sacou que cidades eram mais propícias a essas pragas e, como um dos pioneiros do planejamento urbano, desenhou plantas de uma cidade com sistemas de esgoto. Essa área urbana seria desenvolvida em camadas e tudo que era descarte humano seria conduzido por um sistema de canais até o nível inferior. Havia até um sistema de distribuição de água limpa usando bombeamento hidráulico similar ao que se usa atualmente. Então, se você acha sua cidade suja e mal organizada, você não é o único.
Escafandro
Tudo indica que a uma rápida passagem de Leonardo Da Vinci por Veneza, no fim do século 15, tenha inspirado a tentativa do mestre de criar um escafandro ( ou traje de mergulho). A tese faz bastante sentido: além da localização semiaquática da cidade-estado italiana com seus famosos canais, havia a motivação militar, que está por trás de outros várias dos inventos do renascentista.
Naquela época, a república veneziana travava uma guerra duríssima contra o Império Otomano, liderado por turcos muçulmanos. O conflito colocava em risco o poderio comercial de Veneza no Mar Mediterrâneo. Diante desse cenário conflituoso, Da Vinci teria tido um estalo. E se os venezianos conseguissem atacar as embarcações turcas por baixo, com investidas pelo fundo do mar?
Feita de couro, ela cobriria o corpo todo do escafandrista, incluindo jaquetas, calças e uma máscara com um par de visores para que o mergulhador conseguisse enxergar o ambiente ao seu redor. Da Vinci também levou em conta outras necessidades de seus escafandristas teóricos, como a estabilidade dentro d’água ( ele chegou a pensar em um sistema de pesos que os mantivesse eretos no solo marinho), a possibilidade de subir ou descer com a ajuda de balões cheios de ar e até ima bolsa de couro separada para guardar o xixi dos mergulhadores caso eles ficassem apertados durante suas missões.
Tanque de guerra
Tudo indica que que Leonardo Da Vinci tenha se inspirado em uma tartaruga para desenvolver seu tanque de guerra – outro projeto que nunca saiu do papel. O esboço do tanque foi feito na época em que o gênio florentino era um dos integrantes do séquito do duque Ludovico, o Mouro, de Milão.
A blindagem seria feita de madeira e encoberta com folhas de metal, mais ou menos como certos escudos militares da época, e encimada por uma torre de observação. Acredita-se que o desenho inclinado dessa proteção seja uma das grandes sacadas do projetista, já que com isso, os projéteis lançados contra o tanque teriam de atravessar uma área proporcionalmente maior da blindagem antes de alcançar os tripulantes.
Ainda graças ao formato do veículo, seria possível armá-lo com uma bateria de 20 canhões dispostos em círculo, de maneira que os inimigos levariam fogo independentemente do lado por onde tentassem se aproximar. Como não havia motores movidos a diesel no século 15, o tanque de guerra, se tivesse sido construído, teria de ser impulsionado a muque humano mesmo. Oito tripulantes precisariam girar um conjunto de manivelas, propelindo as rodas do veículo.
A maioria dos estudiosos acredita que, na verdade, Da Vinci sabia perfeitamente bem que suas invenções tinham muitas limitações. Afinal, ele entendia de mecânica como poucos – ou melhor, como pouquíssimos. Mesmo assim, optou por produzir esquemas confusos. As motivações para essa esquisitice podem ser o notório ciúme que o mestre tinha de suas criações e também seu pacifismo. Apesar de botar banca como engenheiro militar, costumava criticar os absurdos da guerra em seus escritos, bem como todas as demais formas de violência.
Gostou de saber sobre essas invencionices do Léo ?
Falando sobre essa face do Leonardo da Vinci desenvolvemos um Diagnóstico de Aula para consultarmos como está indo o desenvolvimento dos nossos alunos em sentido artístico, criativo e em autonomia ao lidar com desafios. 🎯
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O resultado foi incrível e tivemos diversas invenções muito legais e bem a frente do nosso tempo! (Depois postaremos um pouco dessas artes🖌️)
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